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COLUMBÓFILIA

PÁGINA DE JOSÉ CARLOS ALMEIDA ROSA, DEDICADA À COLUMBÓFILIA !!! PROMOÇÃO E DIVULGAÇÃO DO DESPORTO COLUMBÓFILO !!!

COLUMBÓFILIA

PÁGINA DE JOSÉ CARLOS ALMEIDA ROSA, DEDICADA À COLUMBÓFILIA !!! PROMOÇÃO E DIVULGAÇÃO DO DESPORTO COLUMBÓFILO !!!

FPC ::: Notícias e Eventos (Manuel Fernandes Ribeiro escolhe a sua equipa para Valência del Cid)

Como anunciado, a FPC vai acompanhar a par e passo tudo o que envolve a 1ª solta de Valência del Cid 2016.

Hoje estivemos em Macieira de Sarnes, concelho de Oliveira de Azeméis, distrito de Aveiro, para falar com o columbófilo Manuel Fernandes Ribeiro. Na prova de Valência del Cid vai ter em competição 8 pombos –correio, 4 fêmeas e 4 machos.

Aos 82 anos soma já 7 décadas de ligação à columbofilia e garante que vai continuar. É o sócio nº 1 da Sociedade Columbófila de Macieira de Sarnes e prefere as provas de velocidade e de meio-fundo.

Tirámos também algumas fotos.

Continuem atentos ao blog, porque vão chegar mais novidades sobre a prova que tem a solta marcada para o próximo sábado.

FPC :: Notícias e Eventos (entrevista com Almerindo Mota)

Almerindo Mota: “Pretendemos que a solta seja um êxito e estamos a fazer tudo para que nada fique dependente do acaso”

Entrevista com o coordenador desportivo da FPC, Almerindo Mota.

Almerindo Mota Coordenador Desportivo - Cópia

Esta é a 2ª vez, depois da primeira ter acontecido em 2015, que as duas provas nacionais de Fundo têm solta a partir de Valência del Cid. Que condições/caraterísticas levaram à opção por este local novamente?

Almerindo Mota (AM) – Essencialmente a localização geográfica. Em termos de distância Valência del Cid acaba por ser a mais consensual, porque se fôssemos mais para sul daria menos quilómetros para a parte sul e muito mais para a parte o norte, o inverso acontecia se tivéssemos optado por um local mais a norte. Valência del Cid, como é um local central em Espanha, acaba por dar quilómetros de forma semelhante para muitos pombais, contudo há sempre pombos-correio que têm de fazer mais quilómetros que outros, por exemplo Portalegre, Évora e Viseu são as que estão mais perto. Nunca será um número exato para todos.

Quantos columbófilos vão participar na solta de dia 21?

AM– Ainda não temos uma precisão exata do número de columbófilos que vão participar, mas estamos convencidos que estarão entre 8000 a 8500 columbófilos representados na solta.

Estão inscritos mais de 51 mil pombos-correio. O número está dentro das expetativas?

AM – É um número que está dentro das nossas previsões. Penso que continua a ser uma marca muito bonita e que, a nível europeu, e se calhar até mundial, em provas de fundo, será um caso único. Julgo que ninguém ainda realizou este tipo de solta, com esta envergadura.

Que especificidades tem esta solta?

AM – Uma única solta tem a particularidade de colocar Portugal inteiro “a falar a mesma língua”, ou seja, de Faro a Viana do Castelo vai haver um local e uma hora de solta igual para toda a gente. Este tipo de prova, de âmbito nacional, desperta sempre um enorme interesse para saber qual é o primeiro pombo a chegar, o primeiro pombo da zona, o do distrito. Isto tem várias etapas e acaba por ser um dia especial.

Vai ser o coordenador de solta em Valência del Cid. Que importância tem numa prova o coordenador?

AM- Nesta prova em particular, o coordenador de solta é “a peça” menos importante. O que se destaca é a qualidade dos pombos-correio e dos columbófilos que estão em competição. O coordenador, para além dos aspetos logísticos associados à prova, está essencialmente focado na obtenção da informação que lhe permita avaliar, com o maior rigor possível, as condições para a realização da prova. Neste aspeto também é fundamental o trabalho desempenhado pelo meteorologista, na previsão e avaliação das condições meteorológicas que se irão fazer sentir no local, no percurso e na chegada dos pombos-correio. Quando tem essas informações, o coordenador federativo, em sintonia com os diversos delegados e coordenadores distritais, estabelece a melhor hora para se efetuar a solta.

Há também os delegados de Solta. Que papel têm na prova?

AM- Os delegados de solta que nós temos em Portugal, a maior parte deles, são pessoas com muita experiência e são indivíduos que ao longo dos anos já fizeram muitas provas. O trabalho deles reparte-se por diferentes fases. A primeira é a recolha dos pombos junto das Coletividades. A partir daí compete-lhes assegurar todas as condições para que o transporte até ao local da solta se efetue na máxima segurança e nas melhores condições para os “atletas”. Finalmente, cumpre-lhes também assegurar que os pombos – correio sejam convenientemente alimentados e abeberados e que disponham de um alargado período de descanso para que, no momento da solta, estejam nas melhores condições físicas, para conseguirem superar as exigências naturais da prova. No ano passado foi algo que me surpreendeu, a dedicação de cada um, sem exceção, a tratar com o máximo cuidado dos pombos. Outra tarefa, como já referi, é o facto de estarem presentes na decisão da hora de solta.

Ao nível das condições sanitárias da prova. Quais são os requisitos necessários e, também, no transporte dos pombos-correio, que orientações têm de ser seguidas?

AM- Eu acho que nas duas áreas estamos muito à frente dos restantes países. Portugal e os columbófilos portugueses deviam orgulhar – se da frota que têm. É lógico que há uma Associação ou outra com mais meios, mas, no geral, todas têm boas condições para o transporte. Neste momento as galeras, que estão devidamente adaptadas para esta função, reúnem as condições de temperatura e ventilação adequadas. Estão equipadas com com sistemas de abeberamento automático e devidamente preparadas para que a alimentação decorra com a máxima normalidade. Gostaria também de sublinhar que a Federação estabelece lotações máximas por caixa, sempre de acordo com os princípios do bem estar animal. Em termos organizativos e de transporte, nós estamos muito melhores que o resto dos países. Neste dois aspetos os nossos columbófilos podem estar descansados, porque as aves estão bem entregues. Do ponto de vista sanitário relembro aspetos tão importantes como a vacinação, que no nosso caso é obrigatória. De referir que o transporte animal transfronteiriço obriga a que sejam emitidos, pelas autoridades veterinárias nacionais, certificados sanitários – modelo europeu – que atestam que aquelas aves se encontram de boa saúde e em condições para a realização da prova.

Quais são os principais problemas que as aves podem encontrar durante o trajeto?

AM– A columbofilia é a céu aberto, por isso está sujeita a várias situações que podem surgir. Numa prova de 700 quilómetros há diversos fatores que interferem diretamente no voo, desde logo, as condições meteorológicas que objetivamente vão encontrar e que, numa distância como esta, podem variar ao longo do percurso. Depois há mais algumas condicionantes como é o caso da orografia, os ataques de aves de rapina e os acidentes naturais com obstáculos não sinalizados, por exemplo cabos de alta tensão. Apesar disto estou confiante de que iremos ter uma prova sem problemas de maior.

Quais são as suas expectativas para a solta do próximo sábado?

AM- Pretendemos que a prova seja um êxito e estamos a fazer tudo para que nada fique dependente do acaso. Em estreita colaboração com a nossa estrutura associativa, tudo está preparado para que as fases de encestamento e transporte sejam efetuadas com a maior eficiência e nas melhores condições. No local de solta também foi tudo devidamente planeado. Em conjunto com a nossa congénere espanhola e, em especial, com a Federação Valenciana, deixámos tudo preparado, desde a receção e estadia dos nossos pombos, até ao momento da solta. Por aquilo que sei e pelo que me tenho informado tem tudo para correr bem. Tanto quanto é possível antever, a esta distância da solta, julgo que estão reunidas as condições para que a prova decorra dentro da normalidade. Naturalmente que uma competição de fundo, com a distância do Valência del Cid, será sempre um teste durinho, mas a minha expectativa é que será uma grande jornada que irá prender as atenções do país columbófilo.

Ao nível dos prémios, como funciona?

AM- A Direção da Federação deliberou que a atribuição dos prémios se vai processar seguindo os três âmbitos classificativos previstos na prova, isto é, por Associação, zona e nacional. Tendo em linha de conta que é impossível acabar com as assimetrias, os prémios privilegiam as classificações obtidas por Associação e nas zonas em detrimento da classificação nacional. Assim haverá prémios monetários a nível de zona e do distrito. A nível nacional entregamos apenas troféus. Os resultados de zona e de âmbito distrital aproximam-se mais da verdade desportiva, porque as diferenças entre columbófilos são bastante mais reduzidas, no entanto, ainda assim, se olharmos para a configuração geográfica de alguns distritos, podemos ver que há pombos-correio que fazem mais quilómetros. A igualdade absoluta é algo que não é alcançável.

Tendo em conta a obrigatoriedade da comunicação do primeiro pombo chegado, que meios é que a FPC colocou à disposição dos columbófilos para serem transmitidas essas informações?

AM- Para que isto seja possível, tendo em conta a expetativa do número de comunicações, a FPC vai montar um “call center” na sua sede, com o intuito de facilitar a comunicação do 1º pombo chegado. Esse contacto tem de ser efetuado nos 30 minutos seguintes à chegada do pombo-correio. Neste call center estão envolvidas perto de 20 pessoas. O site da FPC irá também disponibilizar um formulário para que os concorrentes possam registar o 1º pombo de forma autónoma.

Qual é o objetivo de toda essa estrutura?

AM – A principal premissa passa por permitir estabelecer em tempo real as classificações provisórias, quer do ponto de vista do distrito, da zona e a nível nacional. Cada pessoa pode, em sua casa, através do site da FPC, acompanhar a chegada dos pombos-correio. Quanto mais rápidas foram as comunicações, mais rapidamente é estabelecida uma classificação provisória nos três âmbitos definidos no Regulamento da Prova. Um segundo objetivo passa pela deteção de qualquer anormalidade na hora de chegada de cada uma das aves e no imediato desencadeamento de ações de controlo.

Quais são, no seu entender, os principais problemas que afetam a modalidade em Portugal?  

AM – Hoje, a conjuntura da sociedade, leva a que os jovens não apareçam na columbofilia. Estão mais sedentários e virados para o “mundo” da Internet, algo que não havia há uns anos atrás. Outra característica é o facto de a columbofilia estar muito ligada ao meio rural, antigamente fazia-se um pombal com “4 tábuas”, hoje já não é nada assim, os pombais já têm de ter outras condições, estando sujeitos a legislação que obriga ao seu licenciamento federativo e camarário, o que, naturalmente, obriga a um maior investimento. Antes um columbófilo com um reduzido número de pombos disputava a época desportiva. Atualmente os columbófilos, pouco tempo após se iniciarem na columbofilia, já anseiam ser campeões. Antes pensava-se menos na vertente competitiva e mais na vertente do convívio. A acentuação da vertente desportiva e a ambição de atingir rapidamente patamares elevados, em termos competitivos, obrigam a que as colónias sejam constituídas por um maior número de pombos, levando a que as condições em torno da prática columbofilia se traduzam nalgum esforço financeiro e numa maior disponibilidade de tempo. As atuais exigências a nível profissional, em conjunto com a crise financeira e social, também não ajudam em nada a modalidade. Por exemplo, uma pessoa desempregada dificilmente vai ter pombos, é complicado.

Que opinião tem sobre o papel social da columbofilia?

AM- Em termos sociais, a columbofilia é muito importante. Nós hoje vemos cavalos e cães a serem utilizados com fins terapêuticos. A columbofilia faz o mesmo. Eu, quando estou chateado, ou sujeito a maiores momentos de stress, vou ao pombal, pego nos pombos e alivio toda a tensão que acumulei durante o dia. A columbofilia é verdadeiramente o “meu escape”… Se os jovens pudessem vir para a modalidade, iam ver que há coisas mais importante que a televisão, o computador ou o telemóvel. As pessoas, cada vez mais, se fecham e vivem isolados dos vizinhos, dos amigos e da comunidade em que estão inseridos. A prática desportiva e o associativismo são instrumentos fundamentais para quebrar esta solidão. Por outro lado, a prática columbófila reconduz-nos a um contacto com a natureza, algo que, cada vez mais, é reconhecido com algo positivo.

Que mensagem gostava de deixar aos columbófilos relativamente a esta primeira prova em Valência del Cid?

AM- Deixo uma mensagem de esperança. Vamos acreditar que vai tudo correr bem e vamos ter fé nisso. Essencialmente queria aproveitar para colocar um desafio a todos os columbófilos e a todos os dirigentes das Coletividades que é: fazerem a celebração das duas provas, a primeira já no sábado (21), aproveitando a sua presença nas Coletividades para conviverem e transformarem este dia numa grande festa. A parte competitiva é importante, mas espero que saibamos todos contribuir para que estes sejam momentos especiais, de confraternização e convívio. Mobilizar os columbófilos para esta ideia é o grande repto que aqui deixo.

FPC ::: Notícias e Eventos (entrevista com o presidente da FPC)

Dr. José Luís Jacinto: “A última palavra é de agradecimento para todos os columbófilos que vão participar nesta prova”.

Entrevista com o presidente da FPC, Dr. José Luís Jacinto.

José Luís Jacinto, presidente da Federação Portuguesa de Columbofilia

Que importância tem para a FPC este novo projeto das Provas Nacionais de Fundo?

Dr. José Luís Jacinto (Dr. JLJ) – Nós definimos que um dos aspetos mais importantes era a visibilidade a dar ao nosso desporto. Isto veio permitir que nós saíssemos de um circuito mais fechado em que vivíamos, para dar a conhecer à população em geral a columbofilia. Nós, Direção da FPC, temos a forte convicção que é preciso criar momentos e eventos de grande impacto a nível mediático, para que a comunicação social se interesse e acabe por levar às pessoas aquilo que está a acontecer. As duas soltas de Valência del Cid são provas que envolvem um elevado número de pombos-correio, que percorrem toda a Península Ibérica. O cidadão comum fica admirado, ao pensar que uma ave tão pequena consegue percorrer 600, 700 quase 800 kms e voltar ao seu pombal. Simultaneamente procuramos valorizar o pombo – correio português. Com estas soltas conseguimos alcançar ambos os objetivos.

O que e que distingue o pombo – correio português dos restantes pombos -correio europeus?

Dr. JLJ – Os pombos- correio em si, são muito semelhantes. Todos eles têm as mesmas caraterísticas, desde a capacidade de voar rápido à capacidade de orientação e de regresso ao seu pombal. A qualidade dos nossos columbófilos, ao longo do tempo, é que foi evoluindo, valorizando e dando qualidade aos pombos-correio nascidos em Portugal. Hoje não tenho dúvida nenhuma que os pombos portugueses são tão capazes, tão competentes e têm tanta qualidade quanto um pombo belga, alemão ou de outro país qualquer. É necessário valorizar o pombo-correio português, e é isso que ainda não fomos capazes de fazer. Em Portugal ainda se centram as atenções no columbófilo e pouco no pombo. Temos que pensar ao contrário, deve ser o pombo a dar destaque ao seu columbófilo.

Quais são as expectativas da FPC para a solta de dia 21 de maio? Que importância tem esta prova?

Dr. JLJ – Primeiro desejamos, sinceramente, que toda a fase preparatória da prova, desde o encestamento, ao carregamento para os camiões e depois o transporte para Valência del Cid corra da melhor forma, sem qualquer tipo de sobressaltos. Simultaneamente esperamos que este seja igualmente um momento de convívio e de confraternização entre os sócios. Depois, já ao nível da viagem, esperamos que seja tranquila, para que as aves possam chegar nas melhores condições para competir. Em Valência del Cid, estará o coordenador desportivo da FPC, o Almerindo Mota, que, em conjunto com os delegados de cada Associação e o nosso meteorologista, com certeza, assegurarão que a solta se efetuará nas melhores condições possíveis. Esperamos que, apesar das dificuldades naturais que os pombos-correio vão encontrar no percurso, a grande maioria possa chegar à casa dos seus proprietários. Para além disto, pretendemos que todas as pessoas convivam e que sintam prazer neste belíssimo desporto.

Que parcerias e apoios tem a FPC na organização destas duas provas?

Dr. JLJ- São soltas muito importantes. Temos parcerias normais na área meteorológica, na área desportiva e na área sanitária. Aquilo que é mais importante é a parceria com as Associações Distritais, sem elas era impossível fazer estas provas. São elas, no fundo, que garantem o transporte de forma impecável e extraordinariamente profissional, desde os pombais até ao local de solta. Temos também as coletividades que fazem um excelente trabalho a nível local, na mobilização dos columbófilos e no processo de encestamento. À FPC cabe-lhe a coordenação geral e o controlo de todas as fases do evento.

Há também a colaboração da Real Federación Colombofila Española. Que importância tem essa cooperação?

Dr. JLJ- Temos as melhores relações com a Real Federación Colombofila Española. É algo que cultivamos desde sempre e que traz vantagens para as duas Federações. Desde cursos de formação para juízes em conjunto, a reuniões preparatórias para as épocas desportivas, passando pela organização das provas. As relações são excelentes. Todos nós temos o mesmo objetivo: dar as melhores condições ao pombo – correio para competir. Também a Federación Valenciana nos tem dado um grande apoio, desde a escolha do local, ao auxílio no dia da solta. Temos tido das duas Federações todo o apoio que solicitámos.

Que comentários e opiniões recebeu em relação à primeira edição, que decorreu em 2015?

Dr. JLJ – Nós tivemos duas provas muito distintas no ano passado. A primeira foi uma solta relativamente fácil, onde naturalmente todas as pessoas ficaram satisfeitas. A segunda prova foi muito mais difícil, com condições meteorológicas bastante mais exigentes. No momento as pessoas reagem emocionalmente, houve algumas críticas, mas no cômputo geral, diria que 90% dos columbófilos portugueses ficaram felizes e apoiam a realização destas soltas. Sentem-se reconhecidos, porque estas provas lhes permitem estar a competir em simultâneo com todos os columbófilos do país. Sabemos que as condições climatéricas, a distância em relação ao local da solta e as diferentes linhas de voo, proporcionam que haja columbófilos relativamente mais favorecidos em relação a outros, mas isso é o nosso desporto, não há possibilidade de criar condições de igualdade absoluta. Acima de tudo é importantíssimo estarmos a competir em conjunto.

Falámos da visibilidade que é dada à Columbofilia. Que opinião tem sobre o espaço que é dado à modalidade nos meios de comunicação social?

Dr. JLJ – É uma luta que teremos de travar paulatinamente e de forma contínua. Temos uma comunicação social especializada muito boa, com pessoas muito competentes, desde jornais a programas de rádio. Neste momento considero necessário extravasar estes “muros” e fazer chegar a nossa mensagem ao cidadão comum e a um número cada vez mais alargado de pessoas e locais. Quando me perguntam, costumo dizer que as Coletividades devem criar programas nas rádios e na imprensa local ou, no mínimo, garantirem intervenções com regularidade, as Associações devem fazer o mesmo a nível regional e depois cabe a FPC potencializar tudo isto numa dimensão nacional, como estamos a tentar fazer, por exemplo com jornais desportivos de referência e jornais generalistas. Hoje a comunicação social regional e local tem um papel preponderante, porque é muito lida, daí ganhar ainda mais preponderância o papel das Coletividades, das Associações e dos próprios columbófilos na divulgação de informações da modalidade junto desses órgãos.

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Enquanto presidente da FPC, quais são as suas ambições para fazer crescer a Columbofilia em Portugal?

Dr. JLJ – As minhas ambições enquanto presidente são iguais às de qualquer outro columbófilo: divulgar e valorizar a columbofilia e o pombo-correio. Estes são os nossos desejos. O ser presidente apenas nos confere mais responsabilidade.

A média de idades dos columbófilos portugueses é de, aproximadamente, 52 anos. Como olha para esta média, quando comparada com o contexto europeu, em que esses números são mais elevados?

Dr. JLJ – Na Europa Ocidental vai-se verificando um aumento da estrutura etária. Para mim isto não é uma questão dramática, porque eu penso que este é um desporto para pessoas que já estão, digamos, estabilizadas na vida. É uma modalidade muito difícil para jovens, porque é muito exigente em termos de tempo. Tempo é algo que os jovens, atualmente, não têm. É um desporto para pessoas que já têm uma profissão, que já possuem uma casa “definitiva”, onde poderão instalar o seu próprio pombal. São pessoas que vêm isto como um hobby, uma ocupação saudável dos seus tempos livres, uma forma libertadora da pressão a que diariamente estão sujeitos. Lembro que a população em geral tem uma esperança média de vida maior, portanto também é natural que a estrutura etária dos columbófilos aumente. Aquilo que nos deve verdadeiramente preocupar, mais do que procurar novos praticantes deste desporto, é manter ou perder o menor número possível de columbófilos.

Quantos columbófilos e pombos há recenseados na Federação?

Dr. JLJ – A Federação efetua, todos os anos, um recenseamento geral e obrigatório. Em 2016 não te consigo dar números exatos, porque, para efeitos de cadastro, esta ação prolonga – se durante todo o ano civil. Assim tenho de ir ao ano anterior. Posso dizer-te que em 2015 estavam recenseados na Federação 9.970 columbófilos e cerca de 924.000 pombos-correio, dos quais 912.074 tinham anilha portuguesa. Temos ainda pombos-correio provenientes de 44 países. Por ano são anilhados entre 500 a 550 mil pombos-correio.

A nível internacional. Qual a importância e o papel da FPC neste momento, junto da Federação Columbófila Internacional (FCI)?

Dr. JLJ – A FCI tem como principais objetivos o desenvolvimento do desporto columbófilo e a proteção do columbófilo e do pombo-correio, em todas as suas formas. Ela regula o este desporto columbófilo em geral e procede ao registo das anilhas e dos relógios constatadores. Simultaneamente autoriza e regula a organização das Olimpíadas, Congressos Internacionais e atribui a realização dos Campeonatos do Mundo e dos Grand Prix – Mundial Ranking. Contudo a Federação Columbófila Internacional tem ainda um longo caminho a percorrer, para se tornar uma verdadeira e eficaz entidade reguladora e catalisadora da columbofilia a nível mundial. Tem assim um peso e uma capacidade de intervenção muito relativos no processo organizacional da columbofilia. Têm sido dados alguns passos importantes na mudança deste paradigma e na criação de uma estrutura minimamente profissionalizada que lhe permita ter um papel mais ativo e dinâmico na definição das grandes linhas orientadoras para a modalidade. A FCI congrega atualmente 65 países. Portugal tem tido um papel bastante interventivo, nomeadamente através da participação de técnicos portugueses nas comissões especializadas e na apresentação sistemática de propostas nas mais diversas áreas de intervenção. Na área executiva – comité diretor – o Dr. José Tereso foi reeleito para a Presidência (que ocupa desde 2005) terminando o seu mandato em janeiro de 2017.

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14 Associações Distritais em Portugal Continental e clubes nas Regiões Autónomas. Podemos dizer que a columbofilia é um desporto “universal” no nosso país?

Dr. JLJ – Sem dúvida. É universal porque está representado de Norte a Sul de Portugal e nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores. São mais de 400 clubes. É praticado, como se costuma dizer, por pessoas “dos 8 aos 80”, ao nível de idades, e depois tem mais uma caraterística: pode ser praticado por todo o tipo de pessoas, sem qualquer restrição, sejam homens ou mulheres. Acaba por ser um desporto de comunhão de culturas, onde, por exemplo, avós e netos podem partilhar experiências e ensinamentos. Aqui há um espaço único de convívio entre gerações, algo que é fundamental aprofundar e que se deve sempre manter.

Como tem funcionado a ligação entre a FPC com as Associações e as Coletividades?

Dr. JLJ- Já há muitos anos que temos uma estrutura consolidada. As Coletividades fazem parte das Associações e estas por sua vez estão inseridas na Federação. As Coletividades são o elemento mais importante, porque sem elas não há organização de provas. Nós temos uma pirâmide, onde o mais importante é o pombo-correio, em segundo lugar o columbófilo, em terceiro as Coletividades, depois as Associações e no fim da pirâmide está a Federação. A essência da columbofilia está nas suas coletividades e nos seus columbófilos.

Que importância tem, a nível da coesão social, o facto de a columbofilia se realizar “em casa” e no seio da família?

Dr. JLJ – A importância é enorme, porque permite que se envolva toda a família. Isto traz uma contrariedade, que é a não visibilidade a nível social, isto é, o facto de ser um desporto praticado em casa de cada um, num espaço privado, leva a que muitas vezes o nosso vizinho do lado não conheça a columbofilia e isso é, de alguma forma, limitativo. O grande aspeto positivo é a partilha de “uma paixão” familiar pelo pombo-correio.

José Luís Jacinto, presidente da Federação Portuguesa de Columbofilia

Iniciou o mandato como presidente da FPC em 2013. Quais são os aspetos mais positivos e negativos que têm a apontar desde que assumiu o cargo?

Dr. JLJ- Eu acho que essas avaliações nunca devem ser feitas pela própria pessoa. Considero que devem ser produzidas sempre por terceiros. Ser juiz em causa própria nunca é boa decisão, nem boa solução. Deixo para os membros do Congresso e para os columbófilos essa avaliação. A nós compete-nos implementar o programa com que nos candidatámos e fazer o melhor possível pela columbofilia no dia-a-dia.

Para o futuro, quais são os principais planos?

Dr. JLJ – Para esta segunda fase do meu mandato, o grande objetivo é a divulgação do pombo-correio. Considero que a nível desportivo, sanitário e do apoio meteorológico e jurídico  está tudo, minimamente, estável e consolidado. A grande aposta é de facto na divulgação. Cada vez mais queremos estar presentes em todo o lado, desde a comunicação social – televisão, imprensa e rádio -, até outros espaços como o mundo da internet. Esse é o grande desafio, acima de tudo, manter o que está bem feito e divulgar a modalidade.

Que mensagem gostava de deixar aos columbófilos relativamente à solta do próximo sábado, dia 21 de maio?

Dr. JLJ- Espero que a condições climatéricas estejam favoráveis, para que a esmagadora maioria dos pombos regresse a casa dos columbófilos. Ninguém quer perder pombos, depois de os ter criado com tanta dedicação. Em segundo lugar gostava que todos os envolvidos tivessem prazer no que estão fazer, que tenham um sábado cheio de emoção em termos desportivos. A última palavra da Federação é de agradecimento para todos os columbófilos que vão participar nesta prova. Para além de estarem a competir, estão a ajudar na divulgação e na valorização da columbofilia portuguesa.

Entrevista concedida a 18 de Maio de 2016